Yolande Monteux

Desenvolvimento das ciências básicas e aplicadas

Yolande Monteux nasceu em Chartres, na França, em outubro de 1910. Aos três anos de idade mudou-se com a família para São Paulo, naturalizando-se brasileira em 1937. Neste mesmo ano, tornou-se a primeira mulher a se graduar em Física no Brasil e umas das primeiras Matemáticas, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP). Em 1941, foi contratada como assistente na USP para as cadeiras de Física Geral e Experimental e, em 1942, também para a cadeira de Física Teórica e Física Matemática. Trabalhou com nomes como Giuseppe Occhialini e Gleb Wataghin em pesquisas sobre raios cósmicos, tornando-se uma das pioneiras da área. Foi convidada a estagiar no Laboratório de Espectroscopia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em 1943, na Seção de Química, que realizava pesquisas com querosene e zinco. Nesta época, o corpo técnico do instituto tinha somente duas mulheres: a própria Yolande e a química Frida Ana M. Hoffmann. Na década de 1950, quando conquistou o cargo de engenheira tecnologista do IPT, começou a trabalhar com materiais radioativos e métodos de análises de urânio e tório, além do espectro de absorção de certos sais de terras raras em solução. Foi transferida, em 1956, para a Seção de Matérias-primas Nucleares, realizando análises em dessalgantes para água do mar para a Marinha Brasileira, de carbogênico para o tratamento hospitalar e de areias monazíticas e minérios radioativos. Seu pioneirismo abriu as portas da Física para as brasileiras. Foi de grande importância para o enquadramento funcional de mulheres no IPT, que contava com 131 pesquisadoras em 2016. Trabalhou no Instituto de Pesos e Medidas de Paris e lecionou como professor auxiliar na França, Inglaterra, Tunísia e Nigéria. Participou do projeto “Universidade Popular” contribuindo para a difusão e expansão da Ciência nacional. Faleceu na sua cidade natal em 1998.