Thales de Azevedo
Thales de Azevedo nasceu em Salvador em 1904. Formou-se médico e, a partir de 1940, fez-se amigo de Josué de Castro. Assumiu um crescente interesse por problemas sociais de saúde e por temas de alimentação e nutrição, criando como política social, em 1942, a Escola de Serviço Social da Bahia, hoje integrante da Universidade Católica do Salvador. Ingressou no quadro de docentes da recém criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da atual Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1943. Lá, criou, em 1953, o Seminário de Antropologia, que manteve reuniões semanais até 1967. Foi o primeiro diretor do Departamento Cultural da Universidade, entre 1960 e 1961, e abriu a discussão sobre reforma universitária, retomada quando diretor da Faculdade de Filosofia, entre 1964 e 1967. Fundou o Instituto de Ciências Sociais em 1961, o coordenando até 1968, quando foi extinto em meio às arbitrariedades do regime militar e às lutas internas da UFBA. Incentivou pesquisas em arqueologia que estão na origem do atual Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA. Trabalhou intensamente pela preservação da biblioteca de Frederico Edelweiss, hoje incorporada à Universidade. As obras de Thales de Azevedo cobrem temas de Medicina, Nutrição e alimentação, doutrina social da Igreja, etnografia histórica, literatura e sobretudo História e Antropologia Social. São mais de duzentos e cinquenta artigos e textos avulsos, trinta e um livros — sendo dois de ficção, e uma persistente atividade periodística desde 1923 até a semana de sua morte em 1995.