Sylvio Fróes Abreu

Planejamento de energia

Sylvio Fróes Abreu nasceu em Salvador, em 26 de dezembro de 1902. Aos 17 anos, matriculou-se no curso de Química Industrial da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Logo demonstrou grande talento e capacidade para pesquisa. Além de Química, estudou também mineralogia e geologia, que se tornou o campo de trabalho de sua predileção. Sylvio estudou as possibilidades brasileiras no campo dos combustíveis (turfa, xistos, linhitos, carvões e, sobretudo, petróleo). Uma característica muito marcante na trajetória profissional de Sylvio foram as inúmeras viagens pelo Brasil, especialmente a partir de 1932, colhendo amostras de toda sorte (especialmente minerais) para seus estudos. Em decorrência disso tornou-se um dos profissionais mais bem informados sobre a geologia econômica do País. Suas pesquisas sobre o petróleo brasileiro estão reunidas no trabalho que publicou em 1936, “Contribuição à Geologia do Petróleo no Recôncavo”, em colaboração com Glycon de Paiva e Inark do Amaral. O trabalho merece destaque pela decisiva atuação de Sylvio Fróes Abreu na comprovação da existência de petróleo em nosso território. Note-se que, ainda em 1934, o então Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) afirmava textualmente que eram equivocadas as ideias da existência de petróleo no Brasil, com base no parecer de um grupo de técnicos estrangeiros de prestígio, chefiados por Victor Oppenheim e Mark Malamphy. Enquanto isso o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) acreditava na existência de petróleo por aqui, e que esse petróleo deveria ser explorado pelo próprio governo, o que contrariava o então Ministro da Agricultura Juarez Távora. Sílvio Fróes de Abreu foi a Lobato – BA e retornou com amostras do solo e do óleo. Nos laboratórios do Instituto, concluiu que realmente se tratava de petróleo. Fez um relatório do que vira na Bahia e do que analisara, expondo sua convicção e dando início à atividade de exploração petrolífera no Brasil. Foi diretor do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) antes de ser transferido para o Gabinete da Presidência da República, para ser um dos fundadores do Conselho Nacional de Geografia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no final da década de 1930, e um dos mais importantes colaboradores da Revista Brasileira de Geografia. Voltou ao Inmetro nos anos 1950, onde foi diretor entre 1952 e 1953, e lá trabalhou até sua aposentadoria. Faleceu em 1972.