Rodolfo Tenório

Diminuição das desigualdades sociais e regionais Saúde pública

Rodolfo Teófilo nasceu no dia 6 de maio de 1863, em Salvador, na Bahia, mas logo mudou com a família para o Ceará, onde viveu até sua morte em 2 de julho 1932. Conhecido por sua obra que retrata a questão da seca e os flagelos que afetam a região do estado, Rodolfo também foi poeta, documentarista e farmacêutico, além de naturalista, além de ter sido um poeta pioneiro do sanitarismo e da epidemiologia

Na época de sua infância, uma grande epidemia de cólera tinha se instaurado no Ceará, afetando principalmente os municípios fora da capital Fortaleza, mais desprovidos de assistência médica, entre eles, Maranguape, Rodolfo vivia com a família. Rodolfo Teófilo conviveu com o trabalho do pai durante um surto de cólera, tendo que lidar com condições técnicas e científicas precárias da época, além das dificuldades pela falta de estrutura de saúde. Foi professor de ciências naturais em Fortaleza, onde organizou uma campanha de vacinação contra a epidemia de varíola que acontecia na cidade, mas não obteve apoio governamental.

Publicou o livro “História da Seca do Ceará” em 1883 sobre as questões enfrentadas pelo estado como consequência da seca de 1877 a 1879, obra que lhe rendeu o ingresso no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rodolfo Teófilo inaugurou o Naturalismo na literatura cearense com “A Fome”, em 1890, que buscava retratar os problemas sociais enfrentados na época e contava com descrições detalhadas sobre aspectos negativos da natureza humana. No livro, Teófilo denunciou aspectos vividos pelos retirantes da seca, como o descaso de autoridades, os trabalhos forçados a que eram submetidos, a violência policial sofrida e as condições insalubres dos locais de alojamento dos imigrantes.

Além do trabalho literário, Teófilo trabalhou no atendimento aos retirantes doentes e aqueles que sofriam de fome, fornecendo medicamentos e contribuindo com informações sobre tratamentos possíveis para as infecções de quem havia imigrado pela seca. Auxiliou, também, essa população durante a pandemia de varíola, que havia se iniciado no Ceará em setembro de 1878.