Rita Lobato

Saúde pública

A médica e ativista feminista Rita Lobato Velho Lopes nasceu no Rio Grande do Sul, em 1866. É considerada a primeira mulher a cursar medicina e a exercer a profissão no país. Com especialização em obstetrícia, também é titulada como a segunda médica a obter o êxito acadêmico na área em todo o continente sul-americano. Iniciou seus estudos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, porém concluiu sua formação em 1887, na Faculdade de Medicina da Bahia, estado para onde se mudou com sua família. Por ocasião da sua formatura, foi lançado um selo comemorativo pelos Correios do Brasil. Ela defendeu a tese “Paralelo entre os Métodos Preconizados na Cesariana”, o que gerou muitas críticas por ter tratado de um assunto considerado reservado à época. Em 1910, na intenção de adquirir conhecimento acerca dos novos procedimentos e descobertas na área da Medicina, a doutora passou a residir em Buenos Aires por cinco meses, onde frequentou cursos e palestras, estagiou em hospitais portenhos e atendeu à conferências do setor. Na década de 1920, Sob influência da bióloga e ativista Bertha Lutz, passou a apoiar o movimento feminista na luta pelo direito ao voto. O envolvimento com a militância feminista levou Rita Lobato ao cenário político. Após filiar-se ao Partido Libertador, a médica disputou, em 1934, o cargo de vereadora de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Em 21 de agosto do mesmo ano, foi eleita como a primeira mulher a ocupar a posição na localidade. Embora a ascensão do Estado Novo, derivado do golpe getulista de 1937, tenha interrompido seu mandato ao interditar as câmaras municipais, a médica continuou a apoiar e lutar pelo que acreditava até o fim da vida. Faleceu em janeiro de 1954.