Oracy Nogueira

Diminuição das desigualdades sociais e regionais

Oracy Nogueira nasceu em Cunha – SP, em novembro de 1917. Em 1932, com quatorze anos, participou como voluntário da Revolução Constitucionalista de São Paulo. No ano seguinte, filiou-se ao Parido Comunista Brasileiro. Em 1940, ingressou no curso de bacharelado da Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP), em São Paulo. Já em 1945, obteve seu título de mestre pela mesma instituição. No mesmo ano, partiu para os Estados Unidos para cursar o doutorado na Universidade de Chicago. Não chegou, porém, a defender a tese: durante o curso, visitou o Brasil e, por seu vínculo com o Partido Comunista, seu visto de retorno aos Estados Unidos foi negado pelos macartistas. Foi docente da ELSP e diretor da Revista Sociologia. Mais tarde, tornou-se docente em Ciência da Administração na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (USP), logo tornando-se chefe do Setor de Pesquisas Sociais. Em 1957, foi para o Rio de Janeiro trabalhar no Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE) do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos do Ministério da Educação, a convite de Darcy Ribeiro, seu ex-aluno na ELSP. Em 1967, defendeu junto à cadeira de Sociologia II da Faculdade Municipal de Ciências Econômicas e Administrativas de Osasco sua tese de Livre Docência, com o pioneiro estudo: “Contribuição ao estudo das profissões de nível universitário no Estado de São Paulo”. Em 1968, Oracy é integrado como docente na área de Sociologia da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP. Em 1970, transfere-se para o Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, como responsável pela cadeira de “Métodos e técnicas de pesquisa”. Em 1978, volta à Faculdade de Economia e Administração através do concurso para professor titular de Sociologia Aplicada à Economia, onde permanece até a aposentadoria em 1983. Sua obra inovadora aborda decisivamente temas como o estigma e o preconceito, sendo ele o criador do importante conceito de “Preconceito de marca” para compreender a dinâmica própria do racismo brasileiro, em contraste com o “Preconceito de origem” que caracterizaria o racismo norte-americano. Já aposentado Oracy ainda escreveria, entre outras coisas, a expressiva introdução a seu livro “Tanto preto quanto branco”, em 1985, que reedita seus artigos sobre relações raciais, e a original biografia “Negro político, político negro”, em 1992. Faleceu em fevereiro de 1996, em São Paulo.