Milton Santos

Infraestrutura e serviços urbanos

Intelectual e militante negro, Milton Almeida Santos nasceu na Bahia, em maio de 1926. Considerado um dos mais renomados intelectuais do Brasil no século XX, foi um dos grandes nomes da renovação da Geografia no Brasil. Sua obra caracterizou-se por apresentar um posicionamento crítico ao sistema capitalista e seus pressupostos teóricos dominantes na Geografia de seu tempo. Bacharelou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1948, e doutor em Geografia pela Universidade de Strasbourg, em 1958. Foi professor de Geografia humana na Universidade Católica de Salvador entre 1956 e 1960 e na UFBA, onde criou o Laboratório de Geociências. Foi diretor da Imprensa Oficial da Bahia entre 1959 e 1961. Em 1964, logo após o golpe militar que instituiu a ditadura no Brasil, Milton foi preso e enviado para o 19º Batalhão de Caçadores, no Cabula, onde parte de sua equipe do laboratório e seus amigos iam visitá-lo diariamente. Em junho, na véspera do dia de São João, devido a um início de acidente vascular cerebral, Milton foi levado ao hospital e depois permaneceu em prisão domiciliar. Nessa época, já tinha recebido vários convites para trabalhar em universidades francesas, porém estava impedido de deixar o país. Importantes personalidades locais, sobretudo o cônsul da França na Bahia, Raymond Van der Haegen, intervieram junto às autoridades militares locais para negociar sua saída do país, após ter cumprido meio ano de prisão domiciliar. Assim, em dezembro, Milton deixou o Brasil, partindo para a França, a convite da Universidade de Toulouse-Le Mirail (atual Universidade Toulouse – Jean Jaurès). Mais tarde, pela mesma universidade, receberia o título de Doutor Honoris Causa, o primeiro dos 20 que recebeu ao longo de sua vida. Inicialmente, Milton achou que ficaria fora do país por seis meses, mas acabou ficando 13 anos. Passou pela França, Canadá, Venezuela, entre outros países, lecionando em diversas universidades. Em 1977, retornou ao Brasil, atuando novamente na docência a partir de 1979, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1983, entrou por concurso na Universidade de São Paulo (USP). Recebeu o título de Professor Emérito na USP em 1997. Continuou pesquisando e orientando até o fim da vida. Mais doze universidades brasileiras e sete universidades estrangeiras lhe outorgaram o título de Doutor Honoris Causa. O professor se destacou por escrever e abordar sobre inúmeros temas, como a epistemologia da Geografia, a globalização, o espaço urbano, entre outros. Faleceu na cidade de São Paulo, em 2001, aos 75 anos.