Maurício Rocha e Silva
O farmacologista Maurício Rocha e Silva nasceu em 19 de setembro de 1910 e formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Sua contribuição mais relevante foi a descoberta, em 1949, que as enzimas do veneno da jararaca agem sobre as proteínas do sangue, liberando uma substância chamada bradicinina. Hoje, essa substância é largamente utilizada em medicamentos para o controle da hipertensão. O potente vasodilatador descoberto por ele é amplamente empregado desde a década de 70 e representou melhora radical na expectativa e qualidade de vida de hipertensos, especialmente quanto a restrições dietéticas. No exterior, Rocha e Silva pesquisou a histamina, utilizada em medicamentos cardiovasculares. O descobridor da insulina, Charles Best, ficou tão impressionado com o talento do brasileiro que o convidou para ser seu assistente – mas Rocha e Silva recusou. O químico produziu mais de 300 trabalhos publicados em revistas como a Nature e a Science e, no final da década de 1950, organizou o departamento de Farmacologia e a pós-graduação da Universidade de São Paulo. Fundou a Sociedade Para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1948. Chefiou a Seção de Bioquímica e Farmacodinâmica do Instituto Biológico de 1937 até 1957, quando assumiu o departamento de farmacologia da faculdade de medicina da USP. Ganhou o prêmio Moinho Santista e o Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi vice-presidente da União Internacional de Farmacologia, participou do Conselho Federal de Educação, foi membro-fundador da Sociedade Brasileira de Fisiologia e da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental. Faleceu em 1983 aos 73 anos.