Mário Schenberg
Considerado o maior físico teórico do Brasil, Mário Schenberg publicou trabalhos nas áreas de Termodinâmica, Mecânica Quântica, Mecânica Estatística, Relatividade Geral, Astrofísica e Matemática. Nascido em 2 de julho de 1914, na cidade de Recife – PE, destacou-se com a pesquisa que originou o chamado Processo Urca, que detalhou a “morte das estrelas”, a partir de grandes explosões energéticas, conhecidas como “supernovas”. O estudo, realizado em parceria com o renomado físico George Gamow, foi comprovado em 1987 e significou um importante avanço nas pesquisas sobre astrofísica no mundo. Formado pela Escola Politécnica de São Paulo, Schenberg atuou na Universidade de São Paulo (USP), onde criou o Laboratório de Estado Sólido e o primeiro curso de Computação da instituição. Foi membro da Academia Brasileira de Ciências e atuou em institutos de pesquisa estrangeiros como o Institute for Advanced Studies de Princeton e o Observatório Astronômico de Yerkes. Foi eleito suplente de deputado estadual para a Assembleia Constituinte do Estado de São Paulo, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1946. Ao assumir o cargo de deputado estadual, revelou-se, nessa época, um orador respeitável, que chegou diversas vezes a inverter a posição dominante da bancada. Em 1947, sob a liderança do economista e empresário Caio Prado Júnior, a bancada aprovou o Artigo 123 da Constituição do Estado de São Paulo, instituindo os fundos de amparo à pesquisa no estado para impulsionar o seu desenvolvimento científico e tecnológico. Esse projeto levou mais tarde à concepção da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Em 1964, após a deflagração do golpe militar, foi preso por 7 dias, permanecendo confinado no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) por dois meses. No ano seguinte, sob acusações de atuação política na universidade foi novamente perseguido e preso. Seu mandato de prisão somente foi revogado devido à pressão da comunidade científica internacional. Com a declaração do Ato Institucional nº 5, em 1969, foi aposentado compulsoriamente e proibido de entrar no campus universitário. Passou a atuar politicamente na propagação da Ciência nacional e tornou-se também um importante crítico de arte. Faleceu em 10 de novembro de 1990.