Mário de Andrade

Diversidade cultural e identidade nacional

Nascido em 9 de outubro de 1893, a trajetória de Mário Raul de Morais Andrade, mais conhecido como Mário de Andrade, sempre esteve associada com a produção e crítica artística. Tornou-se professor de História da Música no Conservatório Musical em São Paulo e mais tarde passou a assumir cargos públicos com orientação cultural, como a chefia do departamento de cultura de São Paulo, por onde conseguiu infraestrutura para exercer seus itinerários culturais. Defensor da cultura popular, Mario de Andrade fez o registro de seu tempo, sempre com elementos vindouros de uma nova fase para o País. Romancista e modernista, Andrade permitiu que conhecêssemos um Brasil ainda proibido para a imaginação coletiva. Mario de Andrade foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, que contribuiu para que o País discutisse criticamente sua forma de representar e ser a Arte, em diálogo com questões indígenas, africanas e europeias. A liberdade de expressão, nacional e regional, torna-se chave para o estremecimento das estruturas tradicionalistas, e o dilema da “identidade nacional”, mais tarde amplamente discutido e criticado por sua fortuna crítica, assume protagonismo em seu rico trabalho. Mário de Andrade foi, portanto, vanguardista em rejeitar e relutar os preconceitos enrijecidos de uma sociedade oligárquica no começo do século passado, com sua promissora missão em descortinar um Brasil plural e pouco conhecido por meio de suas características regionais. Sua missão em desbravar territórios nacionais foi primordial para que o conceito de diversidade cultural percorresse as mentes de sua época e para que elementos do folclore regional encontrassem abrigo em seu “depositante cultural”, que, mais tarde, marcaria o legado de sua obra. Faleceu em fevereiro de 1945.