Marina de Vasconcelos
A antropóloga Marina de Vasconcelos nasceu em março de 1912, no Rio de Janeiro. Em 1932, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Já bacharelada, ingressou de novo na universidade, dessa vez para cursar História, em 1936, e Museologia, em 1938. Após aprovação em concurso público, no ano de 1950, tornou-se a primeira mulher a ocupar uma cátedra no curso de Ciências Sociais da Universidade do Brasil, onde chegaria ao posto de vice-reitora. Durante a ditadura militar, que moveu a reforma universitária em 1967, lutou para manter os cursos de Ciências Sociais, História e Filosofia. Atraiu, assim, a hostilidade do regime ditatorial, e chegou a receber diversas ameaças. Seus posicionamentos em defesa de alunos e professores, além de diversas tribulações com o governo, a fizeram sair da direção do instituto em 1969. No mesmo ano, foi cassada de seu cargo e presa logo após a chegada da missão Rockefeller ao Brasil, mesmo sem estar relacionada aos movimentos de repressão da época. Ficou desaparecida por seis dias até ser localizada pelos próprios alunos, um deles sendo filho de um general. Sua saúde declinou daí em diante. Proibida de voltar à universidade, Marina morreu em 1973, vítima de um erro de anestesia, em uma cirurgia para corrigir um aneurisma cerebral.