Maria Sueli Rodrigues
Maria Sueli Rodrigues de Sousa nasceu em 1964, na cidade de Saco da Ema, região central do Piauí. Depois de uma infância e juventude marcadas pela seca que assolou a região Nordeste do Brasil na década de 1970, ingressou no curso de Letras da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o que lhe permitiu começar a atuar como professora escolar antes mesmo da formatura. Envolveu-se então com o movimento sindical e logo passou a integrar a diretoria do Sindicato dos Professores, descobrindo-se militante. Não chegou a concluir este primeiro curso. Mais tarde, ingressou na faculdade de Ciências Sociais da UFPI, onde se graduou em 1996, e na faculdade de Direito pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI), que concluiu em 2005. Iniciou então sua carreira como pesquisadora acadêmica no mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela UFPI, defendendo a dissertação em 2005. Na sequência, cursou o doutorado em Direito pela Universidade de Brasília, defendendo a tese em 2009. Foi professora do curso de Direito da UFPI e fazia parte do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública, do Núcleo de Pesquisa sobre Africanidades e Afrodescendência (IFARADÁ) e do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos e Cidadania (DiHuCi), todos na mesma instituição. Como educadora, formou uma geração de advogados, pesquisadores e de profissionais de diversas áreas engajados com os direitos humanos, na luta contra o racismo, a homotransfobia, o machismo e todas as formas de opressão. Desenvolveu estudos na área de gênero e socioambientalismo com enfoque nas populações tradicionais; novo constitucionalismo latino-americano; ensino jurídico crítico; e Direito e relações raciais. Na política, foi candidata ao governo do Piauí em 2018. Também disputou vaga na Câmara Municipal de Teresina em 2020. Foi Secretária-Geral da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil entre 2019 e 2022, atuando em diversos projetos, eventos e obras científicas da entidade. Presidiu a Comissão da Verdade da Escravidão Negra da Ordem dos Advogados do Brasil na seccional do Piauí (OAB/PI), período em que coordenou a produção do “Dossiê Esperança Garcia”, estudo responsável por reconhecer o título à Esperança Garcia como a primeira advogada do Brasil e por tornar seu nome e sua história nacionalmente conhecidos como símbolo de resistência para o Direito. Faleceu em julho de 2022, em Teresina.