Nascida na cidade baiana de São Félix do Paraguaçu, em 1884, Maria Odília Teixeira se tornaria a primeira médica negra do Brasil. Concluiu os estudos escolares no Ginásio da Bahia, tradicional colégio de Salvador, onde aprendeu francês, latim e grego. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1904, como a única mulher em uma turma de 48 estudantes. Foi tutorada pelo irmão, Joaquim Pereira Teixeira, veterano do mesmo curso na mesma universidade. Se formou em 1909, sendo a sétima mulher a se formar em Medicina na Bahia e a primeira no século XX. Em seus últimos anos como estudante de Medicina, Maria Odília desenvolveu uma tese sobre a cirrose, um tema pouco explorado por médicas mulheres. O estudo foi considerado pioneiro principalmente porque fugiu do racismo científico como fundamentação. Na época, doenças associadas ao consumo excessivo de álcool eram tratadas como enfermidades comuns ao suposto comportamento degenerado de pessoas negras. Logo depois de se formar, iniciou o exercício da Medicina, até 1914, quando foi chamada para ser professora de Clínica Obstétrica na Faculdade de Medicina da Bahia, sua alma mater, tornando-se também a primeira professora negra da instituição. Faleceu aos 86 anos, em 1970.