Maria Josephina Matilde Durocher
Maria Josephina Matilde Durocher, ou Madame Durocher, como ficou conhecida, nasceu em Paris, na França, janeiro de 1809. Chegou ao Brasil ainda criança, migrando com a família. A Lei de 03 de outubro de 1832 determinou a separação de áreas no ensino superior de Saúde, propondo a implantação de cursos específicos de Medicina, Farmácia e Partos. A partir de então, ninguém poderia curar, ter botica ou partejar, sem ter concluído uma das duas faculdades médicas então existentes no país. Em decorrência da Lei, a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, instituiu, no ano seguinte, o Curso de Parteiras, sendo Madame Durocher a primeira e única matriculada, diplomando-se em 1834. Paralelamente, complementou a sua formação com aulas particulares com o médico da Corte, Joaquim Cândido Soares de Meireles. Por sua competência e profissionalismo, adquiriu enorme reputação na cidade: em sessenta anos de atividade profissional acompanhou cerca de 5.000 parturientes. Em 1866, foi nomeada Parteira da Casa Imperial, e atendeu o nascimento da Princesa Leopoldina, filha de D. Pedro II. Foi nomeada, em 1871, como membro titular da Academia Nacional de Medicina e durante cinco décadas foi a única mulher admitida como membro nessa instituição. Foi, também, a primeira mulher no Brasil a assinar textos científicos na área da Medicina. Entre esses textos, destaca-se o artigo “Considerações sobre a clínica obstétrica”, considerado o mais completo estudo sobre a prática obstétrica no Brasil no século XIX. No plano político foi favorável ao abolicionismo. Faleceu em Dezembro de 1893.