Lygia Fagundes Telles

Diversidade cultural e identidade nacional

Lygia Fagundes Telles, conhecida como a “dama da literatura brasileira”, nasceu em abril de 1918, em São Paulo. Aos 20 anos, publicou seu primeiro livro de contos, “Porão e Sobrado”, o qual foi bem recebido pela crítica. Em 1941, matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, sendo uma das seis mulheres em uma classe com mais de cem homens; lá, conheceu a poeta Hilda Hilst, que veio a ser a sua melhor amiga. Um ano antes de se formar, em 1944, publicou seu segundo livro, “Praia Viva”. Exerceria a carreira de advogada em paralelo à atividade como escritora. Em 1949, publicou sua terceira obra, “O Cacto Vermelho”, pela qual recebeu o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras. Em 1952, começou a escrever seu primeiro romance, “Ciranda de Pedra”, publicado dois anos depois, que a tornou conhecida nacionalmente. Na década de 1970, alcançou a maturidade de sua escrita, publicando algumas de suas obras mais aclamadas e prestigiadas: “Antes do Baile Verde”, de 1970, que venceu o Grande Prêmio no Concurso Internacional de Escritoras, na França; “As Meninas”, de 1973, que ganhou o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e o prêmio “Ficção” da Associação Paulista de Críticos de Arte; e Seminário dos Ratos, de 1977, pelo qual ganhou o Pen Club do Brasil. Ingressou na Academia Paulista de Letras em 1982, e, em 1985, ocupou a cadeira de número dezesseis da Academia Brasileira de Letras, tomando posse em 12 de maio de 1987. Naquele mesmo ano, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa. Dentre seus outros sucessos estão: “Verão no Aquário”, de 1964, “Mistérios” de 1981, “As Horas Nuas”, de 1989, e “Invenção e Memória”, de 2000. A escritora teve seus livros traduzidos para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco, tcheco, além de inúmeras edições em Portugal. Na 17.ª edição do Prêmio Camões, maior láurea concedida a escritores de países com o português como a língua oficial, ocorrida em 2005, Lygia foi anunciada a vencedora. Ganhadora de todos os prêmios literários importantes do Brasil, homenageada nacional e internacionalmente, tornou-se, em 2016, aos 92 anos, a primeira mulher brasileira a ter sido indicada ao prêmio Nobel de Literatura. Faleceu em abril de 2022, em São Paulo.