Louis Ferdinand Cruls nasceu em 21 de janeiro de 1848, em Diest, na Bélgica. Cursou Engenharia Civil na Universidade de Gante, em seu país natal e ingressou no exército belga como engenheiro militar, chegando a primeiro tenente. Em 1874, pediu baixa do exército com o objetivo de visitar o Brasil, apenas por curiosidade, influenciado por Caetano Furquim de Almeida, seu colega de faculdade. No ano seguinte, publicou um trabalho sobre métodos de repetição e reiteração para leitura de ângulos, o que lhe credenciou a ser admitido como adjunto no Observatório Imperial do Rio de Janeiro. Tornou-se, assim, o primeiro astrônomo do Imperial Observatório do Rio de Janeiro. Realizou inúmeras tarefas, entre elas: a determinação e o fornecimento da hora certa para toda a cidade; a participação em comissões de limites entre Argentina e Bolívia; a “Missão Cruls”, que determinou as posições geográficas por onde passavam os trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II; a análise da qualidade do ar da cidade do Rio de Janeiro; e a criação de estações meteorológicas pelo país. Foi também o descobridor do Cometa Cruls, e encarregou-se de explorar as nascentes do rio Javari. Criou a Revista do Observatório em 1886, o “Atlas Celeste”. Em 1892, foi-lhe cometida a incumbência da exploração do Planalto Central do Brasil. Chefiou, então, uma equipe de cientistas que estudou a orologia, condições climáticas e higiênicas, natureza do terreno, qualidade e quantidade de água da área do Planalto Central, onde seria construída a capital Brasília, em 1960. Recebeu as principais comendas imperiais e foi membro de diversas academias estrangeiras e do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. Teve mais de 50 artigos, livros e monografias publicados. No campo da astronomia, foi autor de mais de 35 trabalhos, Morreu em Paris, em junho de 1908, porém foi sepultado no Rio de Janeiro.