Leodegária Brazilia de Jesus nasceu em Caldas Novas, em 1889. Aos 17 anos, publicou seu primeiro livro, “Coroa de Lírios”, tornando-se uma das primeiras poetisas mulheres negras do Brasil. No ano seguinte, 1907, começou a participar do Clube Literário Goiano, onde fundou, ao lado de Cora Coralina, o semanário “A Rosa”, órgão de ativismo das mulheres da Vila Boa, atual Goiás Velho. Atuou profissionalmente como professora, e dirigiu seu próprio estabelecimento de ensino para moças, o Colégio São José, em 1921. Atuou também na educação pública, período durante o qual teve sua produção literária censurada pelo governo estadual, que a ameaçou com demissão, em 1924, caso seguisse publicando sobre os temas de igualdade e direitos políticos para mulheres. Em 1928, publicou seu segundo livro, Orchídea. Apenas para se aquilatar o significado do pioneirismo do trabalho de Leodegária, cabe destacar que somente em 1954 outra mulher poeta viria a publicar um livro de poesias – a saber, Regina Lacerda, com seu livro “Pitanga”. Leodegária foi, reconhecidamente, uma figura importante no desenvolvimento da educação escolar, da literatura e da imprensa goiana, além de ter desenvolvido trabalhos importantes em outros estados como Espírito Santo, São Paulo e Amazonas. Faleceu em julho de 1978, na cidade de Belo Horizonte.