Lélia Gonzales

Diversidade cultural e identidade nacional

Lélia Gonzalez foi uma importante intelectual negra e tornou-se referência nos estudos sobre a cultura e o feminismo negro no Brasil. Nascida em Belo Horizonte – MG, em 1º de fevereiro de 1935, filha de Urcinda Serafim de Almeida, uma empregada doméstica de origem indígena e de Accacio Joaquim de Almeida, um operário negro. Na juventude, Lélia Gonzalez trabalhou como empregada doméstica e como babá, na cidade do Rio de janeiro, onde viveu entre 1942 e 1994. Entre as décadas de 1960 e 1980 tornou-se bacharel em Filosofia e História pela Universidade Estadual da Guanabara (atual UERJ) e doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Lecionou em importantes instituições de ensino superior no país, como a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). Lélia Gonzalez participou de movimentos de resistência no período da ditadura militar brasileira e foi politicamente ativa na luta em prol da diversidade étnico-racial no país. Foi ainda cofundadora de importantes grupos de resistência negra como, o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ), do Movimento Negro Unificado (MNU) e do Olodum (Salvador-BA). Atuou intelectual e politicamente para a criação das Delegacias de Defesa da Mulher e para tornar a violência doméstica reconhecida pela Constituição Federal do Brasil de 1988. Sua trajetória como intelectual deixou marcas e legados importantes na produção de conhecimento sobre o negro na construção da nação brasileira, bem como a importância de temas como a interseccionalidade nas discussões sobre raça e gênero no Brasil e no mundo. Faleceu em julho de 1994.