O médico e psiquiatra Juliano Moreira nasceu em Salvador, em janeiro de 1872. Apoiado pelo Barão de Itapuã formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1891. Obteve o primeiro lugar para a cadeira de Moléstias Nervosas e Mentais, na referida Faculdade e passou a lecionar. De 1895 a 1902, realizou cursos e estágios sobre doenças mentais e visitou muitos asilos na Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Escócia, inclusive tratando de sua tuberculose. Em 1903 tornou-se diretor do Hospício Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro, onde humanizou o tratamento e acabou com o aprisionamento de pacientes. Negro e militante antirracista, propôs teses desconstruindo a associação entre a miscigenação e a ocorrência de doenças e afecções mentais, contrariando o pensamento racista então vigente. Em dermatologia, identificou a leishmaniose cutaneomucosa. Participou da criação de periódicos e fundação da Sociedade Brasileira de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal. Foi o primeiro professor universitário brasileiro a citar e incorporar a teoria psicanalítica no ensino da medicina, sendo frequentemente considerado como o fundador da disciplina Psiquiátrica e da Psicanálise no Brasil. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Ciências (ABC) recebeu os seguintes Prêmios e condecorações: Ordem do Tesouro da Felicidade Sagrada; e Medalha de Ouro – Universidade de Hamburgo. Faleceu em Petrópolis, em maio de 1933.