Joel Rufino

Diversidade cultural e identidade nacional Educação e ensino

O historiador Joel Rufino dos Santos nasceu em 1941, no Rio de Janeiro. Cursou história na antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a carreira de professor. Foi coautor, em produção conjunta do Ministério da Educação e Cultura e do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), do livro “História Nova do Brasil”, um marco da historiografia brasileira, publicado em 1964. O livro foi censurado pela ditadura militar, que passou a perseguir seus autores. Por esta razão, Joel Rufino exilou-se na Bolívia e depois no Chile. Em dezembro de 1972, voltou ao Brasil e foi preso por sua ligação com a Ação Libertadora Nacional (ALN), sendo mantido em reclusão no presídio do Hipódromo em São Paulo por um ano e meio. Em 1979, com a Lei da Anistia, foi reintegrado ao Ministério da Educação e convidado a dar aulas na graduação da Faculdade de Letras e, posteriormente, na pós-graduação da Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde concluiu o doutorado em Comunicação e Cultura. Militante negro, na década de 1990, presidiu a Fundação Palmares, onde estabeleceu uma relação mais próxima com as comunidades remanescentes de quilombos e deu início aos trabalhos de reconhecimento dos seus territórios. Atuou também como subsecretário de Defesa e Promoção das Populações Negras do Rio de Janeiro e membro integrante da Diretoria do Instituto de Estudos da Religião (ISER), além de integrar os quadros do Tribunal de Justiça de Estado do Rio de Janeiro, na condição de Diretor-geral de Comunicação e Difusão do Conhecimento. Como escritor tem extensa obra publicada: livros infantis, didáticos, paradidáticos e outros. Entre os prêmios que recebeu por sua produção, se destacam o Prêmio Jabuti, pelo livro “Uma estranha aventura em Talalai”, em 1979, e o Prêmio Orígenes Lessa na categoria “O Melhor para o Jovem”, no ano 2000, pela obra “Quando eu voltei, eu tive uma surpresa”, pungente reunião de cartas escritas ao filho de oito anos durante o período em que estave encarcerado pela ditadura. Em 2008, voltou a ganhar o Jabuti, com “O barbeiro e o judeu da prestação contra o sargento da motocicleta”. Foi ainda indicado para a mais importante honraria da literatura infantojuvenil, o Prêmio Hans Christian Andersen, nos anos de 2004, 2006 e 2014. Obteve da UFRJ os títulos de Notório Saber e Alta Qualificação em História e recebeu também, do Ministério da Cultura, a comenda da Ordem do Rio Branco, por seu trabalho pela valorização da cultura brasileira e difusão da cultura africana no país. Faleceu em setembro de 2015.