João da Cruz e Sousa

Diversidade cultural e identidade nacional

O poeta João da Cruz e Sousa nasceu em novembro de 1861 em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis – SC. Filho de escravizados alforriados, aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais. Aos 20 anos de idade, começou a dirigir o jornal “Tribuna Popular”, no qual combateu a escravidão e o preconceito racial. Manteve-se sempre atuante como militante abolicionista. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro. Em 1885, lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com diversos jornais. Em fevereiro de 1893, publicou “Missal”, prosa poética de caráter baudelairiana, e, em agosto, publicou “Broquéis”, poesia que marcou o início do movimento simbolista no Brasil, que se estenderia até 1922. Faleceu aos 37 anos de idade, em 1898, em Minas Gerais. É um dos patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira de número 15. Em homenagem póstuma, o escritor Antônio Cândido chamou atenção para o fato de que João da Cruz tenha sido o único poeta descendente de pai e mãe negros em sua geração, recebendo a alcunha de “Dante Negro” ou “Cisne Negro”. Em 1994 foi instituída a Medalha de Mérito Cultural “Cruz e Sousa” pelo decreto nº. 4892 de 17/10/94. Anualmente a premiação homenageia personalidades de Santa Catarina por meio de escolha do conselho estadual de cultura. Em 2007, seus restos mortais foram transladados a Florianópolis e depositados no antigo Palácio do Governo, que recebeu o nome do poeta: é o Palácio Cruz e Souza.