Ironides Rodrigues
Ironides Rodrigues, escritor, crítico e ativista, nasceu em Uberlândia – MG, em setembro de 1923. Após o ginásio, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II e Colégio Universitário do Rio de Janeiro. Ingressou no curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro na década de 1940, quando conheceu seus futuros companheiros do Teatro Experimental do Negro (TEN). Foi um dos primeiros participantes do TEN, e desempenhou várias funções de direção e organização no teatro negro. Foi figura chave em eventos e atividades importantes lá realizados, como a Convenção Política do Negro Brasileiro e o Comitê Democrático Afro-Brasileiro, ambos em 1945, a Convenção Nacional do Negro Brasileiro, em 1946, e o I Congresso do Negro Brasileiro, em 1950, onde apresentou a tese “Estética e Negritude”. Trabalhou também na área cênica e artística do teatro, assim como na edição do jornal Quilombo, órgão de imprensa oficial do grupo entre 1948 e 1950. Ali traduziu textos e publicou outros voltados à crítica de Teatro, Cinema e à questão racial brasileira. Erudito, Ironides foi professor de Latim, Francês, Português e Literatura no Colégio Pedro II, além de se tornar coordenador e docente dos cursos de alfabetização e cultura geral do TEN, que reuniam dezenas de participantes. Faleceu em 1987, deixando duas séries de cadernos sob os títulos de “Estética da Negritude” e “Diários de um Negro Atuante: Cadernos de Bento Ribeiro”. Deixou também, em testamento, o desejo de que o apartamento em que residia no Bairro de Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro, fosse transformado em um centro de estudos, com os quatro mil livros servindo de “consulta aos pesquisadores ou para os alunos pobres, que não podem comprar os compêndios indicados pelo professor”.