Herman Lent
Herman Lent nasceu em fevereiro de 1911, no Rio de Janeiro. Graduou-se em Medicina pela atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Enquanto ainda era estudante, começou a visitar o então Instituto Oswaldo Cruz (atual Fiocruz), onde participou do curso de parasitologia de Lauro Pereira Travassos e de Adolfo Lutz, entre 1931 e 1932. O curso o influenciou profundamente e o convenceu a trabalhar com parasitas e taxonomia de vetores. Tornou-se pioneiro e uma das maiores autoridades em Doença de Chagas no Brasil. Realizou um extenso trabalho de pesquisa, montando, na Fiocruz, uma coleção de barbeiros de cerca de 24 mil espécies. Em 1970, sua carreira científica foi interrompida pela ditadura militar, quando ele e outros pesquisadores da Fiocruz foram exonerados em consequência do Ato Institucional n. 5, no episódio conhecido como “Massacre de Manguinhos”. Além de não poder trabalhar em qualquer instituição científica ou universitária no Brasil, seus direitos civis também foram suspensos por dez anos. Durante esse período, lecionou no Chile, Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Publicou, aproximadamente, 200 trabalhos, principalmente nas áreas de Entomologia e Helmintologia. Realizou estudos sobre os hemípteros vetores de doenças e outros insetos predadores. Pesquisou os efeitos do DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) em barbeiros e ação de insetos que estragavam folhas de fumo. Dedicado à divulgação científica, defendeu a Criação do Ministério da Ciência, participou da criação da Revista Brasileira de Biologia; foi membro fundador da SBPC; Titular da ABC; Chefe da Seção de História Natural da edição brasileira da Enciclopédia Delta Larousse. Ganhou diversos prêmios na carreira, incluindo a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico e a Grã Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 1995 e 2002, respectivamente. A comunidade científica o honrou com 21 espécies nomeadas em sua homenagem. Em 2003, retornou à Fiocruz, onde foi nomeado professor emérito. Faleceu em junho de 2004.