Henriette Mathilde Maria Elisabeth Emilie Snethlage

Biomas, biodiversidade e mudanças climáticas Desenvolvimento das ciências básicas e aplicadas

Henriette Mathilde Maria Elisabeth Emilie Snethlage nasceu na Alemanha, em 1868. Formou-se em História Natural na Universidade de Berlim, sendo uma das primeiras mulheres a se tornar doutora em Filosofia Natural na Alemanha. Após um breve período como assistente no Museu de História Natural de Berlim, foi contratada por Emílio Goeldi para mudar-se para o Brasil e trabalhar no Museu de História Natural de Belém. Sua atuação como pesquisadora foi marcada pela ênfase no trabalho de campo, para a observação in situ de fauna e flora. Fez uma travessia a pé entre os rios Xingu e Tapajós, em 1909, acompanhada de guias indígenas locais. A investigação sobre o território, até então desconhecido, rendeu trabalho de grande repercussão no meio científico internacional e levou à publicação de artigos de cunho etnográfico. Estudou exaustivamente as aves da região amazônica e, em 1914, publicou o “Catálogo das Aves Amazônicas”, em que ordenou sistematicamente 1.117 espécies. No mesmo ano, foi nomeada diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, tornando-se uma das primeiras mulheres a ocupar um cargo de direção em uma instituição científica na América Latina. Ocupou o cargo até 1922, quando foi contratada pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro para atuar como naturalista, tendo como colegas Bertha Lutz e Heloísa Alberto Torres. Pela instituição, fez longas viagens de pesquisa pelo Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Goiás (rio Araguaia, ilha do Bananal), do Paraná ao Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai. Seu trabalho resultou em mais de 40 artigos publicados no Brasil e no exterior. Os espécimes coletados em seus estudos biogeográficos sobre a avifauna brasileira estão hoje em diversas instituições brasileiras e estrangeiras. Foi membro da Academia Brasileira de Ciências e da International Society of Woman Geographers. Faleceu em novembro de 1929, em Rondônia. Há um busto em sua homenagem no Memorial Rondon, às margens do Rio Madeira, em Porto Velho, instalado a mando do escritor Júlio Olivar, então presidente da Academia Rondoniense de Letras. O ornitólogo Helmut Sick dedicou a Emilie Snethlage o importante livro Ornitologia Brasileira, de 1985.