Hemetério José dos Santos, filólogo e literato brasileiro, nasceu em Codó – MA. Filho de uma mulher escravizada e um rico fazendeiro, seu registro de batismo, de 1858, provavelmente ocorreu quando já contava 5 anos de idade. Realizou seus estudos no Collegio da Imaculada Conceição, colégio de elite na capital São Luís. No início da década de 1870, aos 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se tornou o primeiro professor negro do Colégio Pedro II, na capital carioca, lecionando francês. Posteriormente, escreveu o “Compêndio de Grammatica Portugueza”, adotado em suas aulas na Escola Normal do Distrito Federal. Lecionou também no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde recebeu patente de major do exército, e posteriormente a patente de tenente-coronel honorário. Foi educador do Pedagogium, instituição que exercia a função de coordenar e controlar as atividades pedagógicas no Brasil. Ativista, seu trabalho como educador concentrou-se no combate ao racismo e na divulgação da cultura dos povos africanos. Também se dedico à defesa da educação como ferramenta de emancipação para formação de cidadãos capazes de pensar o Brasil, defendendo o acesso democrático ao ensino com oferta de qualidade para os mais pobres. Em 1944, fundou a Academia Brasileira de Filologia, ocupando a cadeira de número 25, da qual é patrono. A instituição, ainda em funcionamento, com sede no Rio de Janeiro, é uma entidade cultural, sem fins lucrativos, que tem por objetivo o trato de assuntos concernentes à filologia e à linguística. Composta por quarenta membros efetivos residentes no Brasil e quarenta residentes em países estrangeiros, com representação dos países de língua oficial portuguesa e das nações em que ela é estudada, é condição indispensável, para ser admitido como membro efetivo do quadro permanente, que o candidato tenha publicado obra de reconhecido valor filológico. Hemetério faleceu no Rio de Janeiro, em 1939.