Giuseppe Cilento

Desenvolvimento das ciências básicas e aplicadas

Giuseppe Cilento nasceu em Sorrento,cidade da Itália, em julho de 1923. Migrou para o Brasil ainda criança, com sua família, em 1933. Formou-se em Química, em 1943, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), dando imediatamente sequência à realização de seu doutorado, com a tese “Isosterismo, Isologia e Isomorfismo”. Em 1947, foi convidado por Piero Manginelli a trabalhar na Fundação Andréa e Virgínia Matarazzo, instalada na Faculdade de Medicina da USP, voltada para o estudo do câncer. Lá, se interessou por carcinogênese química, que veio a ser uma de suas principais áreas de atuação. Interessado também por Bioquímica, saiu da fundação em 1951, a convite do professor Hauptmann, para ser seu assistente na cátedra de Química Orgânica e Biológica do Departamento de Química da USP. Tornou-se Livre Docente do Departamento de Química em 1955. Sua ida definitiva para a área da Bioquímica se deu em 1956, depois de visitar o laboratório de Frank Westheimer, na Universidade de Harvard, como bolsista da Fundação Rockefeller. Trabalhou com a cinética da reação catalisada pela enzima álcool-desidrogenase e interessou-se pela química do enxofre e compostos sulfurados, onde desenvolveu suas pesquisas.

Seu artigo “The expansion of the sulfur outer shell”, publicado no Chemical Reviews em 1960, lhe rendeu o Prêmio Hans Feigl, destinado a pesquisas em Ciências Básicas. No ano seguinte, assumiu a cátedra de Química-Orgânica e Biológica. A convite do professor Zeferino Vaz, coordenou a formação do Instituto de Química da Unicamp, onde ficou de 1966 a 1978. Foi duas vezes diretor do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP. Entrou para os anais da Química como um pioneiro da sua geração nos estudos da fotobiologia sem luz. É considerado o criador da escola brasileira de fotobioquímica e um dos primeiros a fazer da Química uma matéria interdisciplinar. Foi membro associado da Academia Brasileira de Ciências e agraciado com o título de Grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico. Foi também homenageado com os Prêmios Nacional de Ciência e Tecnologia e Moinho Santista. Faleceu em outubro de 1994, em São Paulo.