Francisco Bhering
Francisco Bhering, importante engenheiro brasileiro, nasceu em Uberaba, Minas gerais, em 1867. Formado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, Bhering foi membro atuante dos principais centros de estudos estratégicos sobre o território nacional no início do século XX. Integrou o Clube de Engenharia do Rio de janeiro, foi professor dos institutos politécnicos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Também dirigiu, entre 1916 e 1922, os trabalhos para a elaboração de uma nova carta geográfica para o país num projeto conhecido como “Carta ao Milionésimo”. Publicada, em 1922, como parte das comemorações do centenário da independência do país, pretendia inserir de forma definitiva o Brasil no mapa das nações civilizadas. Como engenheiro da Divisão Geral dos Telégrafos, desenvolveu estudos e levantamentos importantes para o incremento das comunicações e dos transportes no âmbito da política de integração territorial da primeira república.
Sua emblemática publicação na revista do Clube de Engenharia, em 1905: “O Valle do Amazonas e suas comunicações telegráficas” evidenciou as fragilidades do controle territorial da região do vale do Amazonas, questão debatida desde o império e que ganhou novos contornos na república, especialmente em função da economia da borracha e da anexação do território do Acre ao Brasil Publicou inúmeros trabalhos em diversas revistas especializadas: Revista Brasileira de Engenharia, Revista Brasil Técnico, Revista da Liga Marítima Brasileira, Revista Viação, Revista do Clube de Engenharia, Revista Rodovia, Revista Concreto, etc. Colaborou com os jornais O Globo e Jornal do Brasil, escrevendo semanalmente crônicas sobre a vida política, acontecimentos técnicos e suas reminiscências. Foi membro da Academia Brasileira de Ciências e recebeu a cruz de Grande Oficial da Ordem Militar de Cristo, conferida pelo Governo Português. Foi também Presidente do Núcleo Regional do Rio de Janeiro da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos. Faleceu em Paris, em 1924.