Fátima Oliveira

Saúde pública

Fátima Oliveira nasceu em setembro de 1953 em São Luís, no Maranhão. Ingressou no curso de Medicina em 1973, também em São Luís. Ativista dos direitos sexuais e reprodutivos, começou a participar da luta feminista nas preparatórias da 1ª Conferência Nacional de Saúde e Direitos da Mulher, que aconteceu entre os dias 10 a 16 de outubro de 1986. Defensora do Sistema Único de Saúde (SUS), reivindicava o conceito de integralidade no atendimento da saúde da Mulher, estando no front das defesas da materialidade da criação do SUS, Lei. 8080/88. Negra, também militou pela questão racial. Foi autora de vários livros e pesquisas publicadas pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), onde contribuiu com textos sobre as doenças prevalecentes na população negra. Na interseccionalidade entre raça e gênero, focou nas demandas específicas de mulheres negras, como público-alvo da necessidade de legalização do aborto. Na fase preparatória da Conferência de Beijing, na China, deu visibilidade às denúncias de violência obstétrica e acesso das mulheres negras à saúde. Trabalhou durante décadas em residências médicas em São Paulo e em Minas Gerais, onde atuou como no Hospital de Clínicas de Belo Horizonte, e contribuiu com o Programa de Anemia Falciforme. Foi também dirigente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em Minas Gerais, membro do Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR) e do Conselho Consultivo da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe (RSMLAC). Faleceu em novembro de 2017.