Estêvão Silva
Estêvão Roberto da Silva, primeiro pintor negro formado pela Academia Imperial de Belas Artes, nasceu em dezembro de 1945, no Rio de Janeiro. Iniciou seus estudos na Academia Imperial de Belas Artes por volta de 1863, onde foi contemporâneo dos pintores Almeida Júnior, Rodolfo Amoedo, Belmiro de Almeida, Antônio Firmino Monteiro e do escultor Rodolfo Bernardelli. Foi muito influenciado por Agostinho José da Mota, destacado pintor de naturezas-mortas, com quem teve aulas na Academia. Especializou-se na pintura de flores e frutos tropicais, que constitui parte substancial de sua obra, e é considerado um dos melhores pintores de natureza-morta do século XIX. Como professor, Silva lecionou no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Na década de 1880, ligou-se ao Grupo Grimm, identificando-se com a proposta inovadora de seus membros à época: o estudo da natureza através da observação direta e a pintura ao ar livre. Não chegou, entretanto, a romper com os padrões estéticos da Academia. Além de naturezas-mortas, executou alguns retratos (como o do pintor Castagneto) e pinturas de temas históricos, como na tela “A Lei de 28 de setembro”, religiosos, como na tela “São Pedro”, e alegóricos, como na tela “A Caridade”. Um episódio de sua vida tornou-se particularmente conhecido: em uma sessão da Academia Imperial de Belas Artes, em 1880, Silva protestou, na presença do imperador dom Pedro II, por discordar da premiação destinada a ele na 25ª Exposição Geral de Belas Artes. Uma comissão avaliou sua atitude como insubordinação e suspendeu-o das atividades discentes por um ano. Faleceu em novembro de 1891, no Rio de Janeiro.