Emilie Snethlage

Biomas, biodiversidade e mudanças climáticas

A ornitóloga e naturalista Henriette Mathilde Maria Elisabeth Emilie Snethlage nasceu em abril de 1868 na Alemanha. Em 1900, decidiu estudar História Natural na Universidade de Berlim, onde veio a se tornar uma das primeiras mulheres a concluir o doutorado na Alemanha, em Filosofia Natural. Iniciou sua carreira no Museu Nacional de História de Berlim, até ser convidada por Emílio Goeldi, por indicação de Anton Reichenow, para trabalhar no Museu de História Natural de Belém. O novo cargo a levou a realizar pesquisa de campo nos lugares mais remotos da Amazônia, em expedições científicas para coleta e identificação de aves. Publicou, então, o livro “Catálogo de Aves Amazônicas”, obra que se tornou referência para a Ornitologia brasileira, onde registrou informações taxonômicas, biogeográficas e biológicas de 1.117 espécies de aves amazônicas. Entre 1914 e 1922, comandou o Museu Paraense Emílio Goeldi como diretora, tornando-se a primeira mulher executiva de instituição científica na América do Sul. Em 1922 atuou como naturalista no Museu Nacional de História Natural do Rio de Janeiro. Ao longo de sua profícua carreira como pesquisadora, publicou mais de 40 artigos, marcados pela ênfase no trabalho de campo para a observação in situ de fauna e flora. Em 1926, tornou-se a segunda mulher membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da International Society of Woman Geographers. Faleceu ainda em atividade, em novembro de 1929, enquanto participava de uma expedição no Rio Madeira. Em sua homenagem, o ornitólogo Helmut Sick dedicou a Emilie Snethlage o importante livro “Ornitologia Brasileira”, de 1985.