Eduardo Galvão

Diversidade cultural e identidade nacional

O antropólogo Eduardo Enéas Gustavo Galvão nasceu em janeiro de 1921, no Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira com apenas 18 anos, como estagiário da divisão de Antropologia do Museu Nacional, onde tornou-se efetivo em 1942 e permanente em 1945. Em 1946, graduou-se em Geografia e História na Faculdade de Filosofia da Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e em 1952 concluiu seu doutorado na Universidade de Columbia nos EUA, sob a orientação do antropólogo norte-americano Charles Wagley (1913-1991). Galvão contribuiu para o debate sobre a questão do contato e da transfiguração étnica de grupos indígenas que compõem o cenário regional brasileiro. Atuou como antropólogo no Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão antecessor à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), entre 1952 e 1954. Em seguida, vinculou-se ao Museu Paraense Emílio Goeldi e ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, onde atuou entre 1955 e 1956. Lecionou Etnologia do Brasil na Universidade Federal do Pará (UFPA) em 1957, e na Universidade de Brasília (UnB), entre 1963 e 1964, onde foi diretor do Instituto de Ciências Humanas. Em 1965, pouco depois do golpe militar, foi incluído no grupo de aproximadamente 300 professores expulsos da UnB pelo novo regime. Ao tentar voltar a trabalhar no Museu Nacional, também foi impedido.

Nos últimos anos de sua vida, permaneceu em Belém, onde coordenou o Centro de Estudos Sociais e Culturais da Amazônia do Museu Goeldi, entre 1968 e 1973, colaborando com pesquisadores iniciantes. Por sua contribuição, é considerado como um dos fundadores da Antropologia Científica no Brasil, ao lado de Herbert Baldus, Darcy Ribeiro, Egon Schaden e Roberto Cardoso de Oliveira. Em 1974, foi homenageado com a medalha do Mérito Indigenista na categoria “Ciência”. No ano seguinte, recebeu a Medalha do Jubileu de Prata da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Faleceu em setembro de 1976. Em 1996, seus diários de campo foram publicados na forma de livro.