Djalma Martinhão
Djalma Martinhão nasceu em 1950. Foi um dos protagonistas no desenvolvimento de tecnologias na área de fertilidade e química do solo para a região do Cerrado. Graduou-se em Química pela Universidade de Brasília, em 1974. No ano seguinte, foi contratado como pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Cerrados, assumindo a supervisão dos laboratórios de análises de solo e tecido vegetal no então Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC), em Planaltina (DF). Nos anos 1970 e 1980, participou dos trabalhos pioneiros, conduzidos pela Embrapa em conjunto com Universidades e Empresas Estaduais de Pesquisa Agropecuária, que geraram as primeiras tabelas de interpretação da análise química do solo e recomendações de corretivos e fertilizantes para culturas anuais no Cerrado, com destaque para a soja, milho, arroz e feijão. A partir daí, abriu-se a possibilidade de exploração agrícola de alto rendimento no bioma. Concluiu o mestrado em Ciência do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1980. Em sua dissertação, demonstrou mais uma vez o caráter de sua abordagem científica, sempre foi aplicada à perspectiva do produtor rural. Em 2002, lançou o livro “Cerrado: Correção do solo e adubação”, que se tornaria um manual obrigatório para todo agrônomo com interesse em manejar fertilidade de solos de Cerrado. Hoje, seria impossível contabilizar a extensão de área agrícola que é cultivada com base nas recomendações desenvolvidas por Djalma. O reconhecimento da relevância do trabalho do pesquisador veio também na forma de várias premiações ao longo de sua carreira. Destacam-se: o Prêmio “Franz Wilhelm Dafert” conferido pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo na ocasião da XX Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas em 1992, pelas tecnologias de diagnose e recomendação de gesso para correção da acidez subsuperficial; “Honra ao Mérito” conferido no IX Simpósio Nacional sobre o Cerrado e II Simpósio Internacional sobre Savanas Tropicais em 2008, por suas contribuições ao longo da carreira em prol do equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais no Cerrado; e mais recentemente o “Prêmio Pesquisador Senior” 2017 do International Plant Nutrition Institute (IPNI Brasil) conferido no XXXVI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo em 2017, pelo destaque científico ao longo de sua carreira no manejo responsável da nutrição das plantas. Faleceu em setembro de 2020.