Crodowaldo Pavan, geneticista e pioneiro no estudo das drosófilas, popularmente chamadas de moscas das frutas. Nasceu em Campinas, São Paulo, em 1919, parte de uma família de origem italiana de pequenos industriais do ramo da porcelana. Entre 1938 e 1941 cursou História Natural na recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, sob influência do pesquisador André Dreyfus, que, ao final do curso, lhe convidou para trabalhar no Departamento de Biologia Geral (hoje Genética e Biologia Evolutiva) da mesma universidade. Desenvolveu sua tese de doutorado sobre os bagres-cegos das cavernas de Iporanga (SP), sendo o primeiro trabalho de genética evolutiva animal feito no Brasil, defendido em 1944. Ainda durante a tese, trabalhou em paralelo com análise genética das drosófilas, que se tornaram seu objeto de estudo durante toda sua trajetória. A partir desse trabalho, atuou em laboratórios dos Estados Unidos e da América Latina. Em 1978, Pavan se aposentou da USP e se transferiu para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entre 1986 e 1990 foi presidente do CNPq.

Durante seu mandato chegou a dobrar o número de bolsas concedidas pelo órgão. Após esta experiência, se associou ao Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Foi membro de várias sociedades científicas internacionais, tais como a Academia de Ciências do Terceiro Mundo, a Academia das Ciências de Lisboa, a Sociedade Real de Fisiografia de Lund e a Academia de Ciências do Chile. Recebeu condecorações, medalhas e prêmios de vários países. Foi um dos poucos brasileiros a se tornar membro da Pontifícia Academia das Ciências de Roma. Ele também era membro da Academia Brasileira de Ciências, um dos fundadores da Academia das Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP), da Academia de Medicina de São Paulo, da Academia de Educação de São Paulo, da Associação Brasileira de Divulgação Científica (ABRADIC) e da Sociedade Brasileira de Genética, bem como um dos seus presidentes. Faleceu em 03 de abril de 2009.