Carro movido a álcool
Em 1922, a superprodução açucareira e o baixo preço internacional já preocupavam o Presidente Epitácio Pessoa. Na Mensagem Presidencial daquele ano, Epitácio se referiu à “colossal importação da gasolina no Brasil”, ao “problema do uso do álcool em seu lugar” e ao “amparo que a sua solução prestaria à nossa indústria açucareira”. Assumindo o governo, Arthur Bernardes, através do Ministro da Agricultura, Miguel Du Pin Calmon, encomendou à Estação Experimental de Combustíveis e Minérios (EECM), hoje o INT, o projeto de transformar o álcool em combustível para motores de explosão. A tarefa foi imediatamente iniciada com a coordenação do engenheiro Heraldo de Souza Matos. O petróleo era caro e escasso, e o crescente número dos automóveis fazia aumentar a demanda de gasolina. A questão técnica era viabilizar a mistura do álcool produzido no País com a gasolina importada, e não a sua substituição.
Em agosto de 1925, a estação conseguiu um velho Ford de 4 cilindros para realizar a experiência e o carro chegou, no mesmo ano, a fazer os percursos Rio-São Paulo, Rio-Barra do Piraí e Rio-Petrópolis, consumindo exclusivamente aguardente de 26 Cartier ou 70 G.L. É importante destacar que ainda que não tenha sido uma tecnologia nacional (o motor movido à álcool ou o carro movido à álcool), o aprimoramento da técnica (sobretudo sua mistura com gasolina importada, no período), do uso do álcool como combustível para automóveis, foi impulsionado pelo Estado Brasileiro desde a década de 1920. Como registra o INT: “Entre as muitas pesquisas, o Instituto Nacional de Tecnologia esteve na linha de frente dos testes do primeiro carro movido a álcool, dando suporte tecnológico ao Proálcool e desenvolvimento de biocombustíveis no país.” (Fonte: Site oficial INT)