Carmen Portinho
Nascida em 26 de janeiro de 1903, em Corumbá, Mato Grosso do Sul, Carmen Velasco Portinho foi engenheira, urbanista e feminista. Em 1919, lutou junto de Bertha Lutz e outras mulheres pelo direito ao voto. Foi vice-presidente da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e uma das suas co-fundadoras. Em 1925, tornou-se engenheira civil pela Escola Politécnica do Brasil. Foi a terceira mulher a se graduar em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade do Brasil, e a primeira a ganhar o título de urbanista. No ano seguinte, ingressou como engenheira na prefeitura do Rio de Janeiro, então Capital da República. Em 1932, foi diretora e chefe de redação da Revista de Engenharia da Prefeitura do Distrito Federal, periódico que abordava preceitos urbanísticos e projetos elaborados para a cidade. Estagiou no Conselho Britânico, em 1945, visando acompanhar a reconstrução das cidades inglesas que foram destruídas durante a Segunda Guerra Mundial.
Ajudou a fundar e foi a primeira diretora do Departamento de Habitação Popular da Prefeitura do Rio de Janeiro. Defendeu a construção de grandes conjuntos habitacionais populares que deviam ser ligados aos diferentes tipos de serviços sociais, médicos e educacionais. Participou de várias obras habitacionais, como, por exemplo, o projeto do Pedregulho, traçado por Affonso Eduardo Reidy. Assumiu a construção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, em 1963, tornou-se diretora da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), a convite do governador da Guanabara, Francisco Negrão de Lima. A ESDI, experiência pioneira no país e primeira escola de desenho industrial da América Latina, havia sido criada em 1962 pelo então governador Carlos Lacerda. Mesmo no exterior, existiam poucas escolas de renome. Carmen dirigiu a ESDI por 20 anos. Em 1987, foi homenageada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) por sua luta pelos direitos das mulheres. Entregou, junto com outras mulheres, ao então presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Ulisses Guimarães, a “Carta das Mulheres aos Constituintes”, que fazia várias reivindicações feministas para a nova Constituição. Morreu, em 2001, no Rio de Janeiro.