Cândido Firmino de Mello Leitão

Biomas, biodiversidade e mudanças climáticas

Cândido Firmino de Mello Leitão nasceu em 1886, no seio de uma família católica numerosa e tradicional de Campina Grande, Paraíba. Dedicou-se ao estudo da ecologia, distribuição geográfica de animais (zoogeografia), comportamento animal (etologia) e história da biologia no Brasil. Médico pediatra formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1909, tornou-se professor concursado da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária em Piraí/RJ, em 1913. Posteriormente, especializou-se nos estudos dos aracnídeos, tendo descrito inúmeras espécies de aranhas, opiliões e escorpiões e publicado 198 artigos científicos em revistas especializadas sobre taxonomia de Arachnida. Catalogou 59 mil invertebrados e organizou expressivas coleções zoológicas. Foi eleito membro da Academia Nacional de Medicina em 1929, ocupando a cadeira 14, que tem Francisco de Castro como patrono. Em 1931, foi indicado diretor de Zoologia do Museu Nacional do Rio de Janeiro, cargo em que permaneceu até dezembro de 1937.

Entre 1943 e 1945, presidiu a Academia Brasileira de Ciências. Publicou com regularidade em importantes periódicos científicos e participou das primeiras experiências de rádio educativa no Brasil, com vistas à popularização de conhecimentos biológicos. Faleceu em 14 de dezembro de 1948, no Rio de Janeiro, sendo homenageado seis meses depois por seu amigo Augusto Ruschi, que fundou e batizou um museu de história natural com o nome de Museu de Biologia Prof. Mello Leitão, em junho de 1949. Posteriormente, a Academia Brasileira de Ciências criou o Prêmio Mello-Leitão em sua homenagem. A espécie de aranha Lasladora Parahybana descoberta por Cândido em 1917 é considerada a segunda maior tarântula do mundo e possui um veneno sublimado que, hoje, é empregado na fabricação de antídotos para picada de escorpiões e de insetos peçonhentos,