Caio Prado Jr.

Diversidade cultural e identidade nacional

Caio Prado Jr. nasceu em São Paulo, no dia 11 de fevereiro de 1907. Em 1928 formou-se em Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, onde mais tarde seria livre-docente de Economia Política. Participou das articulações para a Revolução de 1930. Decepcionado com as inconsistências da República Nova, aproximou-se do marxismo e, em 1931, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Publicou, em 1933, a sua primeira obra, intitulada “Evolução Política do Brasil”. Seu segundo livro viria no ano seguinte, após uma viagem à União Soviética, à época no governo de Stalin, e a alguns países socialistas, alinhados à União Soviética. A obra se chamou “URSS – um novo mundo”, e teve sua edição apreendida pela censura do governo de Getúlio Vargas, da qual era opositor. Ingressou na Aliança Nacional Libertadora, a qual presidiu em São Paulo. Também em 1934, ano de implantação da Universidade de São Paulo, participou da fundação da Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB), a primeira entidade científica de caráter nacional. Em 1942 publicou o clássico “Formação do Brasil Contemporâneo – Colônia”, obra que se tornou divisora de águas da historiografia brasileira. O livro deveria ter sido a primeira parte de uma coletânea sobre a evolução histórica brasileira, a partir do período colonial. Entretanto, os demais volumes jamais foram escritos.

Em 1943, junto com Arthur Neves e Monteiro Lobato, fundou a Editora Brasiliense. Em 1966, foi eleito “Intelectual do Ano”, com a conquista do Prêmio Juca Pato, concedido pela União Brasileira de Escritores, devido à publicação, naquele ano, de “A revolução brasileira”, uma análise dos rumos do país após o golpe militar de 1964. Sofreu perseguições durante o regime e foi exonerado do cargo de professor em 1968. Acusado de subversão, foi condenado, em 25 de março de 1970 à pena máxima de 6 anos e meio de detenção. Apelou ao STF e conseguiu reduzir a pena a 21 meses. Esteve preso no presídio Tiradentes e no 16° Batalhão Universitário da Força Pública, atrás da USP. Quando havia cumprido quase toda a pena, foi absolvido pelo STF e libertado, após 525 dias na prisão com 64 anos de idade. Entre as suas principais obras, destacam-se ainda: “Evolução política do Brasil: e outros estúdios”, de 1963, “História Econômica do Brasil”, de 1976, e “História e desenvolvimento: a contribuição da historiografia para a teoria e prática do desenvolvimento brasileiro”, de 1989. Faleceu em São Paulo, no dia 23 de novembro de 1990.