Bertha Lutz

Diversidade cultural e identidade nacional

Bertha Maria Júlia Lutz, filha de Amy Fowler Lutz e do também cientista Adolfo Lutz, nasceu em São Paulo em 02 de agosto de 1894. Realizou seus estudos superiores na Faculdade de Ciências da Universidade de Paris (Sorbonne), tendo se graduado em 1918. Retornando ao Brasil, trabalhou como auxiliar de seu pai e como tradutora do Instituto Oswaldo Cruz. Em 1919, fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher. Nesse mesmo ano, prestou concurso para o cargo de secretária do Museu Nacional. Concorrendo com mais dez homens, passou em primeiro lugar, tornando-se a segunda mulher a ocupar um cargo público no país, apesar de alguns candidatos reclamarem da participação feminina. Mais tarde, viria a se tornar chefe do departamento de Botânica do Museu, profissão que ocupou até a aposentadoria. Em 1922, organizou o I Congresso Feminista do Brasil e representou as mulheres brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos, onde foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana das Mulheres. Após retornar ao Brasil, ajudou a fundar a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), da qual foi presidente até 1942 e cuja principal bandeira era a reivindicação do voto feminino. A Federação é considerada a principal instituição coletiva de mulheres no país até a década de 1970, e de onde derivaram diversas outras associações. Foi também deputada no Rio de Janeiro, assumindo a suplência de Cândido Pessoa em junho de 1936, e representante do Brasil na Conferência de São Francisco, responsável pela criação da Organização das Nações Unidas em 1945. Faleceu em setembro de 1976. Por seu trabalho em vários campos científicos e sociais, Lutz foi homenageada de várias maneiras. Seu nome foi usado em espécies de répteis e anfíbios, assim como em logradouros, escolas e premiações.