Bernardina Rich é hoje considerada uma presença revolucionário na educação do século XIX em Cuiabá – MT. Nascida aí, em 1872, Bernardina conquistou seu primeiro cargo de magistério, como professora primária, em 1890, tornando-se a primeira docente negra do Estado. Em 1913, fundou a escola particular “8 de Dezembro”, que contava com 112 alunos matriculados e aprovava muitos deles para a Escola de Aprendizes Artífices, posterior Escola Técnica e atual Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). Também militou em favor dos direitos das mulheres. No ano de 1916, juntamente com um grupo de jovens normalistas e algumas senhoras simpatizantes do feminismo, Bernardina Rich colaborou com a criação de uma agremiação, na qual as mulheres puderam expor suas ideias e registrar suas histórias. A entidade foi fundada em 26 de novembro daquele ano, recebendo o nome de Grêmio Literário “Júlia Lopes de Almeida” do qual foi tesoureira e na gestão seguinte vice-presidente. Foi o primeiro órgão criado no estado de Mato Grosso, cujos objetivos previstos em seu Estatuto giravam em torno da emancipação das mulheres mato-grossenses. Foi, ainda, integrante a Liga Feminina Pró-Lázaros, de apoio e assistência aos portadores de hanseníase que se tratavam na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Em 1934, solicitou a Bertha Lutz, fundadora da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, sediada no Rio de Janeiro, que instalasse em Cuiabá uma filial dessa Federação. Atendendo ao pedido, Bertha Lutz no mesmo ano fundou a Federação Mato-grossense pelo Progresso Feminino, presidida por Bernardina até o final de sua vida. Faleceu em Cuiabá, em 1942.