Aziz Ab’Saber

Biomas, biodiversidade e mudanças climáticas

Aziz Ab’Saber nasceu em 1924, em São Luiz do Piratinga, São Paulo. Aos 17 anos ingressou no curso de Geografia e História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências (FFLC) da Universidade de São Paulo (USP). Decidiu-se pela Geografia, na qual se licenciou em 1944. Tornou-se especialista em Geografia Física em 1946, ano em que iniciou seus estudos em Geologia. Tornou-se prático no Departamento de Geologia e Paleontologia da FFLC. Manteve-se no cargo enquanto obtinha o doutorado, concluído em 1956, e até tornar-se livre-docente, em 1965. Tornou-se professor titular em 1968, aposentando-se em 1982. Mesmo aposentado, continuou desenvolvendo suas pesquisas e, em 1988, passou a integrar o IEA como professor visitante da Área de Ciências Ambientais, tornando-se depois professor honorário do Instituto, no qual atuou até o final de sua vida. Destacou-se nos estudos sobre o espaço brasileiro e se tornou referência ao elaborar a Teoria dos Redutos, também chamada de Teoria dos Refúgios, acerca da compartimentação dos domínios morfoclimáticos.

Entre os seus campos de pesquisa, incluem-se o estudo do relevo, do avanço e do recuo de diversos tipos de vegetação e sua relação com as mudanças climáticas no globo. Teve especial atenção às questões ambientais e aos estudos da chamada “Geografia Humana”. Foi consultor técnico do governo durante a gestão Lula. Foi também membro da Academia Brasileira de Ciências, presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), membro honorário da Sociedade de Arqueologia Brasileira e presidente de honra do Instituto de Cultura Árabe. Entre os prêmios que recebeu, se destacam o Prêmio Jabuti, que ganhou três vezes, duas delas na categoria de Ciências Humanas e uma em Ciências Exatas; a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, outorgada pela Presidência da República em 1994; o Prêmio Santista — Meio Ambiente, da Fundação Santista, em 1998; o Prêmio Internacional de Ecologia, em 1998; o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em 1999; o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente, em 2001; o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Ciência Aplicada ao Meio Ambiente, em 2005; e o Troféu Juca Pato como Intelectual do Ano de 2011, concedido pela União Brasileira de Escritores. Faleceu em 16 de março de 2012.