Augusto Ruschi
Augusto Ruschi nasceu em 12 de dezembro de 1915 na cidade de Santa Teresa, interior do estado do Espírito Santo. Autodidata em botânica e zoologia, ainda aos dezessete anos passou a trabalhar regularmente para o Museu como coletor de espécimens, frequentando também seminários e palestras no Rio. Aos dezenove anos voltou-se para os beija-flores quando descobriu que algumas espécies eram responsáveis pela polinização de orquídeas, numa época em que estas aves eram pouco conhecidas pela ciência. Em 1936, ingressou na faculdade de Agronomia de Viçosa. Em 1937, foi convidado por Cândido Leitão para trabalhar como assistente no Museu Nacional, ligado à Universidade do Brasil (atualmente a Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde mais tarde obteria o cargo de Professor Titular de Botânica na universidade. Em 1939 os diretores do Museu criaram a Estação Biológica de Santa Lúcia, em Santa Teresa, onde mais tarde Ruschi assumiria a direção, que exerceu até aposentar-se em 1983.
Transferiu o bacharelado para a Escola Superior de Agricultura, Veterinária e Química Industrial de Campos, Rio de Janeiro, onde se formou, em 1940. Dez anos mais tarde, em 1950 formou-se também em Direito, pela mesma universidade, e assessorou o Ministério da Agricultura, o Ministério da Educação e o Governo do Estado do Espírito Santo. Por influência direta de Ruschi e com base em seus estudos, o governo do Espírito Santo criou sete reservas florestais em 1948. Em 1949, Ruschi fundou o Museu de Biologia Professor Mello Leitão (MBML), instituição dedicada a estudar a fauna e a flora do Brasil. Ao longo de suas pesquisas, desenvolveu técnicas de captura, transporte, alimentação e reprodução de beija-flores em cativeiro, notabilizando-se mundialmente como autoridade no assunto. Ruschi morreu de insuficiência renal e hepática em 3 de junho de 1986. Convertido em um dos principais símbolos do movimento ambientalista brasileiro, o especialista em beija-flores e orquídeas do Brasil foi homenageado na cédula de 500 cruzados novos, que circulou entre os anos de 1989 e 1990. Em 1994 recebeu da Câmara dos Deputados o título de Patrono da Ecologia do Brasil.