Aristides Pacheco Leão
Aristides Pacheco Leão nasceu em 3 de agosto de 1914 no Rio de Janeiro. Era sobrinho do biólogo e diretor do Jardim Botânico do Rio, Antônio Pacheco Leão. Em 1932 ingressou na Faculdade de Medicina de São Paulo. Em 1941 foi para Escola de Medicina da Universidade de Harvard, onde fez mestrado e doutorado, concluído em 1943, mesmo ano em que se tornou pesquisador do Departamento de Anatomia de Harvard. Lá, identificou o fenômeno da depressão alastrante, que também ficou conhecida com “A Onda de Leão”. Trata-se de uma reação ocorrida no córtex cerebral que pode ser induzida por toque ou choque elétrico. Sua descrição colabora no diagnóstico de doenças como a epilepsia e a enxaqueca. Apesar de ter tido oportunidade de trabalhar nos Estados Unidos, Leão preferiu retornar ao Brasil em 1944, aos 32 anos de idade, para ocupar a cadeira de Física Biológica no recém-criado Instituto de Biofísica da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a convite de Carlos Chagas. Foi diretor desse instituto de 1966 a 1970 e chefe emérito do Departamento de Neurobiologia de 1984 a 1993. Entre 1967 e 1981, foi também presidente da Academia Brasileira de Ciências, da qual era membro desde 1948. Foi membro do Conselho Deliberativo no CNPq entre 1960 e 74, e depois seu consultor científico entre 1975 e 1984.
Durante a ditadura militar brasileira, como Presidente da ABC, defendeu a Revista Brasileira de Biologia, depois que seus editores foram cassados pela repressão. Também quando presidente, estimulou a cooperação científica entre o Brasil e outros países. Após o vazamento de césio em Goiânia, em 1988, tornou-se presidente da Comissão Estadual de Radioproteção e Segurança Nuclear, recém-criada na época. Aposentado compulsoriamente, foi nomeado Chefe Emérito de Laboratório do Departamento de Neurobiologia do Instituto de Biofísica. Faleceu em 1993, aos 79 anos no Rio de Janeiro. Em 1994, a Academia Brasileira de Ciências criou, em sua homenagem, o Programa Aristides Pacheco Leão de Estímulo a Vocações Científicas (PAPL), para oferecer a universitários vocacionados para a atividade científica a oportunidade de estagiar em laboratórios dirigidos por membros titulares da ABC, com linhas de pesquisa definidas e reconhecidamente produtivas.