Antonieta de Barros

Diminuição das desigualdades sociais e regionais Educação e ensino

Antonieta de Barros, uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil e a primeira mulher negra brasileira a assumir um mandato popular, nasceu em julho de 1901, em Florianópolis – SC. Aos 17 anos, começou os estudos na Escola Normal Catarinense. Em 1919, já escrevia na Revista da Escola Normal, em um prenúncio de sua futura carreira no jornalismo. Passou a presidir o Grêmio Estudantil no ano seguinte e concluiu o curso normal, de formação de professores, em 1921. Em 1922, criou o Curso Particular Antonieta de Barros em sua própria casa, voltado para alfabetização da população carente, que foi conduzido por ela durante toda a sua vida. Mais tarde, se tornou professora da Escola Complementar, que funcionava junto a Escola Lauro Müller, do Colégio Coração de Jesus, e também da Escola Normal Catarinense entre 1933 e 1951, da qual foi diretora entre 1944 a 1951. Em paralelo à sua carreira no magistério, envolveu-se com a política. Em 1934, primeira eleição em que as mulheres puderam votar e serem votadas para o Executivo e Legislativo no Brasil, Antonieta concorreu a uma das vagas de Deputada Estadual na Assembleia Legislativa catarinense, filiada ao Partido Liberal Catarinense (PLC), o que a tornaria suplente. Como o titular Leônidas Coelho de Souza nem chegou a tomar posse por ter sido nomeado prefeito de Caçador, Antonieta assumiu o mandato na 1ª legislatura (1935 – 1937). Foi a primeira deputada estadual mulher e negra do país e uma pioneira no combate à discriminação dos negros e das mulheres. Foi constituinte em 1935, sendo responsável pelos capítulos Educação e Cultura e Funcionalismo. Em 19 de julho de 1937, Antonieta presidiu a Sessão da Assembleia Legislativa e se torna a primeira mulher a assumir a presidência de uma assembleia no Brasil. Seu mandato terminou com o início do Estado Novo, que fechou os parlamentos de todo o país. No retorno à democracia, foi deputada estadual na 1ª legislatura (1947 – 1951), como suplente convocada, afiliada ao Partido Social Democrático (PSD). Assumiu o mandato em junho de 1948, quando José Boabaid se afastou, sendo novamente a única mulher no parlamento catarinense. Nessa legislatura, continuou a defesa da educação, sugerindo a concessão de bolsas de cursos superiores para alunos carentes e concursos para o magistério. Foi autora da lei estadual nº 145, de 12 de outubro de 1948, que instituiu o dia do professor e o feriado escolar no estado de Santa Catarina. A data escolhida, 15 de outubro, refere-se à promulgação da primeira grande lei educacional do Brasil, sancionada por Dom Pedro I, em 15 de outubro de 1827. Faleceu em 1952, em Florianópolis. Em outubro de 1963, o “dia do professor” seria oficializado no país inteiro pelo presidente da República João Goulart.