Anna Justina Ferreira Nery nasceu na Bahia, em 1814. Viúva, viu seus três filhos – um major e dois oficiais do exército – serem convocados para a Guerra do Paraguai em 1865. Movida pelo desejo de acompanhá-los, enviou uma carta ao presidente da Província da Bahia, solicitando ir para os campos de batalha para atuar na guerra como enfermeira, diminuindo a dor daqueles que haviam ido defender a pátria. No ano seguinte, foi enviada para os campos de batalha como enfermeira do 4º Batalhão de Voluntários do Corpo de Saúde do Exército, tornando-se a primeira enfermeira do Brasil. Atuou no atendimento aos feridos nos hospitais militares de Salto, Assunção, Corrientes e Humaitá. Além do socorro aos feridos, Nery também organizou, com recursos próprios, uma enfermaria em sua casa na Campanha para o atendimento dos soldados. Ao retornar ao Brasil, após o fim do conflito, foi recebida com homenagens no Rio de Janeiro e na Bahia. Recebeu medalha de honra das mãos de d. Pedro II, imperador do Brasil, e ficou conhecida como “Mãe dos Brasileiros” e “Grande Irmã da Caridade Leiga”. Faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de maio de 1880.

Em 1926, a Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública foi renomeada de Escola de Enfermeiras Dona Anna Nery. Em 1938, Getúlio Vargas, assinou o Decreto n.º 2.956, que instituía o “Dia do Enfermeiro”, a ser celebrado a 12 de maio, devendo nesta data ser prestadas homenagens especiais à memória de Anna Nery, em todos os hospitais e escolas de enfermagem do País. Foi também reconhecida como a precursora da Cruz Vermelha Brasileira. Em 2009, por intermédio da Lei n.º 12.105, de 2 de dezembro de 2009, Anna Justina Ferreira Nery foi a primeira mulher a entrar para o Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília – Distrito Federal.