Anísio Teixeira

Educação e ensino

Anísio Teixeira, um dos principais idealizadores das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira no século XX, nasceu em Caetité – BA, em julho de 1900. Ainda aos dezessete anos, teve sua inteligência reconhecida pelo geógrafo Teodoro Sampaio, que o convidou a proferir uma palestra no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia. Formou-se em 1922 na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (atual UFRJ). Em 1924, retornou à Bahia, a convite do governador Góes Calmon, onde assumiu o cargo de inspetor-geral do Ensino na Bahia, equivalente hoje à Secretaria de Educação. Iniciou, assim, sua carreira como pedagogo e administrador público. Em 1925, viajou para a Europa a fim de observar o sistema educacional praticado ali, implementando, em seguida, várias reformas no ensino estadual da Bahia. Em 1927, foi aos Estados Unidos, onde conheceu as ideias de John Dewey e concluiu o mestrado na Universidade de Columbia. Em 1931, mudou-se para o Rio de Janeiro, ocupando a Diretoria da Instrução Pública do Distrito Federal, em cujo mandato instituiu a integração da “Rede Municipal de Educação”, do fundamental à universidade. Em 1932 participou do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório. Propagou as ideias do movimento da Escola Nova, que tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, superando o paradigma conservador da educação memorística. Em 1935 criou a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, perseguido pelo governo de Getúlio Vargas, mudou-se de volta para sua cidade natal, na Bahia, onde viveu até 1945. No ano seguinte, assumiu o cargo de conselheiro geral da UNESCO e, em 1947, foi convidado novamente a assumir o cargo de Secretário da Educação da Bahia. Neste período, criou a Escola Parque, em Salvador, modelo educacional que se tornou referência como centro pioneiro de educação integral. Em 1951 assumiu a função de Secretário Geral da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), tornando-se, no ano seguinte, diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP). Em fins dos anos 1950, Anísio Teixeira participou dos debates para a implantação da Lei Nacional de Diretrizes e Bases, sempre como árduo defensor da educação pública. Ao lado de Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira foi um dos fundadores da Universidade de Brasília, da qual tornou-se reitor em 1963. No ano seguinte, com o golpe militar, afastou-se do cargo e foi para os Estados Unidos, lecionando nas Universidades de Colúmbia e da Califórnia. De volta ao Brasil em 1966, tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas. Ocupou o cargo até seu falecimento, em 1971. Sua morte ocorreu no Rio de Janeiro, em circunstâncias consideradas obscuras, havendo suspeitas de que tenha sido vítima das forças de repressão do governo do General Emílio Garrastazu Médici.