Aniela Ginsberg
Aniela Meyer Ginsberg, psicóloga pioneira no estudo das relações étnico-raciais e interculturais, nasceu em 1902, em Varsóvia, na Polônia. Sua infância, atravessada pela Primeira Guerra Mundial, parece ter influído em seu interesse por pesquisas relacionadas à cultura e à racialização. Formou-se em Psicologia na Universidade de Varsóvia, obtendo o título de doutoramento em 1933. Ainda na Polônia, iniciou sua vida profissional junto ao Laboratório de Orientação Profissional da Prefeitura de Varsóvia. Em 1936 veio para o Brasil, em função do trabalho de seu marido – Tadeusz Ginsberg –, na época funcionário do Banco Francês e Brasileiro. Em 1940 iniciou sua colaboração com outros pioneiros da Psicologia no Brasil. Foi nessa época que, entre outras atividades, atuou como técnica junto à Divisão de Seleção do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI – de São Paulo. Em 1948 integrou-se ao grupo dirigido por Mira y Lopez, que no Rio de Janeiro desenvolvia os trabalhos do Instituto de Seleção e Orientação Profissional – ISOP – da Fundação Getúlio Vargas. A partir de abril de 1952, Aniela ingressou no então “Instituto de Psicologia da Universidade Católica de São Paulo”. Ali, juntamente com o Dr. Enzo Azzi, participou ativamente do processo da criação, organização e desenvolvimento da estrutura que hoje conhecemos como sendo a “Faculdade de Psicologia da PUC-SP”, bem como sua respectiva “Clínica Psicológica”. Em sua obra, a autora procurou desconstruir a visão determinista biológica das raças/etnias e mostrar que é na interação dos indivíduos com a sociedade que as diferenças podem transformar-se em desigualdades. Foi uma das principais autoras de psicologia desse período dedicada ao tema das diferenças étnico-raciais, junto a Dante Moreira Leite e Virgínia Leone Bicudo. Faleceu em 1986. Após a sua morte, foi criada a Fundação Aniela e Tadeusz Ginsberg (FATG), com o objetivo de financiar oportunidades educacionais para estudantes de Psicologia.