Amâncio Ikon Munduruku

Biomas, biodiversidade e mudanças climáticas Diversidade cultural e identidade nacional

Amâncio Ikon Munduruku nasceu em 1960, na aldeia Ūrūbuda, no Alto Tapajós. Ainda durante a sua infância, sua família se mudou para o Médio Tapajós, onde fundou a aldeia Praia do Mangue, região do Pará. A trajetória de Amâncio foi marcada pela militância em favor da causa indígena. Brigou pela valorização da cultura Munduruku e pelo direito do seu povo a uma educação diferenciada. Ajudou a implantar a educação bilíngue nas aldeias do Médio Tapajós e a fundar a Associação Indígena Pariri (AIP). Com sede na Aldeia Praia do Mangue (Itaituba), a AIP foi criada no dia 8 de novembro de 1998, com o principal objetivo de lutar pela sobrevivência física e cultural do povo Munduruku do Médio Tapajós, representando legalmente onze aldeias: Praia do Mangue, Praia do Índio, Sawre Apompu, Sawre Jaybu (Terra Indígena Sawre Bapim); Dace Watpu, Sawre Muybu, Boa Fé, Karo Muybu, Dajekapap, Sawre Aboy, Poxo Muybu, (Terra Indígena Sawre Muybu). A atuação efetiva da Associação visa unificar as demandas e os problemas das comunidades (especialmente oriundos do contato com a sociedade nacional) para representá-las com mais força junto a órgãos federais, como FUNAI, FUNASA e, se necessário, Ministério Público Federal. Seu trabalho diplomático requer que a coordenação e seus membros conheçam bem tanto o funcionamento e as instituições da sociedade envolvente, quanto a cultura e a língua Munduruku, já que a principal missão da Associação Representativa é lutar pelos direitos indígenas e pela melhoria da qualidade de vida nas aldeias, por meio do fortalecimento de seus valores culturais tradicionais e de projetos de sustentabilidade.
Amâncio desenvolveu também, em parceria da AIP com a Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisas sobre os impactos socioambientais e a saúde do garimpo de ouro na região do Médio Tapajós. Faleceu em junho de 2020.