Álvaro Alberto de Motta e Silva

Planejamento de energia

Álvaro Alberto da Motta e Silva é celebrado por sua contribuição para a implementação do programa nuclear brasileiro. Nasceu em 22 de abril de 1889, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1906, ingressou na Escola Naval (EN), onde se formou como Oficial da Marinha, tendo conquistado o Prêmio Greenhalgh, destinado a premiar o Aspirante do Corpo da Armada que tenha apresentado o mais alto índice de rendimento nos estudos. Graduou-se Físico e Engenheiro Geógrafo, pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1911. Mais tarde, estudou na École Centrale Técnique, em Bruxelas, na Bélgica. Em 1916, passou a atuar como docente especializado em “Química dos Explosivos” na Escola Naval. Entre 1920 e 1928, foi presidente da Sociedade Brasileira de Química e, mais tarde, entre 1935 e 1937, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) pela primeira vez. Em 1939 tornou-se catedrático do Departamento de Física e Química da mesma instituição. Dedicou-se ao magistério sem abandonar suas pesquisas, especialmente na área de explosivos, sendo pioneiro no Brasil na área de estudos sobre energia nuclear.

Em 1946, foi nomeado representante brasileiro no Comitê de Energia Atômica da recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU). Lá, associou-se aos representantes russos na rejeição às propostas do Plano Baruch, onde os norte-americanos pressionavam para controlar as reservas mundiais de tório e urânio. Álvaro defendia uma campanha de nacionalização das minas de tório e urânio do Brasil e contrariava a política dos EUA, suscitando o Princípio das Compensações Específicas: nenhuma transação comercial com o que chamou de “minerais estratégicos” deveria se realizar contra pagamento em dinheiro, mas sim, na base de troca de tecnologia. Para o cientista, o Brasil forneceria a matéria-prima desejada em troca da prioridade na instalação, em seu território, de reatores nucleares de todos os tipos. Entre 1949 e 1951, torna-se presidente da ABC novamente. Ainda em 1951, idealiza e funda o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, hoje Conselho Nacional de Pesquisas, o CNPq, tornando-se seu primeiro presidente. Participou, ainda, da criação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, do Instituto de Pesquisas da Amazônia, do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação, e da Comissão Nacional de Energia Atômica. Recebeu o título de “Patrono da Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha” por sua contribuição científica ao país. Faleceu em 1976.