Alberto Loefgren
O botânico e meteorologista Alberto Loefgren nasceu na Suécia em 1854. Formado em Filosofia e Ciências Naturais na Uppsala Universitet, veio para o Brasil em 1874, integrando a expedição botânica comandada pelo naturalista Hjalmar Monsén (1807-1884), seguindo diretamente para Poços de Caldas onde permaneceu por alguns anos. Löfgren auxiliou Anders Fredrik Regnell na expedição, realizada entre 1874 e 1877, nos estados de São Paulo e de Minas Gerais. Em seguida, assumiu o posto de engenheiro da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, entre 1877 e 1880. Em 1886, Orville Derby convidou-o a participar da organização da Comissão Geográfica e Geológica instalada na Província de São Paulo – o embrião da pesquisa científica no Estado, que reunia uma equipe interdisciplinar destinada a planejar e executar pesquisas necessárias para subsidiar a ocupação racional da Província. Coube a Löfgren comandar a parte referente à Botânica e à Meteorologia, sendo o primeiro a organizar esse tipo de serviço em São Paulo. Promoveu, ainda, a fundação do Museu Paulista, a criação do primeiro herbário do país sobre a flora paulista, e contribui para a elaboração do atual Instituto Florestal e do Serviço Meteorológico do Estado de São Paulo.
Grande defensor do meio ambiente, apresentou ao Presidente do Estado de São Paulo, em 1901, um projeto de proteção e regulamentação da exploração das matas, incluindo a proposição de uma legislação florestal. Naquele mesmo ano, foi indicado para chefiar uma comissão cujo objetivo era elaborar uma proposta de codificação da legislação florestal brasileira. A iniciativa não foi adiante, mas suas ideias subsidiaram a elaboração do primeiro Código Florestal Brasileiro, instituído em 1934. Em 1916, ingressou no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde foi chefe da Seção de Botânica e o primeiro pesquisador a realizar trabalhos sobre anatomia de madeiras. Por sua influência direta, o governo federal criou uma estação biológica em Itatiaia (RJ), precursora do futuro Parque Nacional do Itatiaia (1937). Sob sua inspiração, introduziu-se no Brasil, em 1902, a comemoração do Dia da Árvore. Faleceu em agosto de 1918, aos 64 anos de idade.